Vício e Compulsão
Quando tratamos de um assunto complexo como compulsão e vício sempre é bom rever algumas definições. Vício poderia ser usado quase como sinônimo de compulsão, mas normalmente reservamos o nome “vício” para o abuso de substâncias como álcool, drogas, tabaco e outros, e o nome “compulsão” para o abuso de comportamentos como jogo, sexo, comida, compras (consumo), se cortar, navegar na Internet e outros.
Vício e compulsão são diferentes do simplesmente uso de uma substancia ou comportamento. Não é porque alguém pessoa bebe uma cerveja ou taça de vinho que é alcóolatra, e não é porque alguém fuma um baseado eventualmente que é viciado.
Uma pessoa viciada em alguma substancia como álcool e drogas, ou que compulsivamente repete um comportamento como se cortar, comer ou comprar é uma pessoa que usa essa substância ou comportamento mesmo que perceba e saiba que isso lhe faz mal, que não consegue parar mesmo que tente insistentemente, e frequentemente precisa aumentar o consumo ou o comportamento em que está viciado para conseguir o mesmo efeito ou até para simplesmente se sentir normal novamente.
Não é falta de vontade nem falta de caráter. Apesar de parecer a causa de muitos males, a compulsão e vício é uma consequência de alguma outra coisa, ou melhor, é um sintoma e não uma doença.
O vício é como a tosse que é sintoma de um resfriado, e se confundirmos o que é a causa (como o resfriado e o que quer que esteja levando ao vício) com a consequência (como a tosse e o vício) não conseguiremos tratar de nenhum dos dois.
São vários os motivos que podem levar uma pessoa ao vício, tão diversos quanto são as pessoas, mas frequentemente o vício é uma maneira de controle ou fuga de uma situação, emoção ou percepção que o viciado acha que não consegue enfrentar de frente.
Combater o vício implica em auxiliar o viciado em reconhecer sua situação, identificar o problema e o que alimenta a situação, e conseguir olhar e enfrentar o problema de frente, procurando outras opções e soluções para o que quer que o aflija.
Para que tudo isso seja possível o viciado e aqueles ao seu redor precisam ver uma pessoa digna do nosso respeito a amor, e não algo menos que isso como por exemplo um criminoso. Por isso a participação daqueles mais próximos da pessoa que procura retomar o controle da sua vida é muito importante.
São vários os fatores que podem levar uma pessoa ao vício, e normalmente o vício acontece com uma combinação de vários fatores, que podem ser biológicos como por exemplo uma pré-disposição genética ao vício, podem ser sociais como a pobreza e falta de oportunidade, podem ser psíquicos como ansiedade, depressão ou compulsão, ou podem ser espirituais como a percepção de falta de sentido e busca de algo maior através da alteração de estado de consciência que muitas drogas facilitam.
O importante para o tratamento é que a pessoa se sinta novamente merecedora de amor dos outros e, mais importante, merecedora do amor de de si mesma. Que perceba que não está só e que consegue sim encarar as coisas de frente e sem se tornar refém de álcool, droga ou comportamento autodestrutivo.
Se você está em uma situação semelhante e sente que precisa de um apoio profissional na sua jornada de volta a sua própria vida e crescimento pessoal, fique à vontade para me telefonar e agendar uma sessão.