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Precisamos falar sobre o Humor




O humor é muito presente no mundo moderno, mas nem todo tipo é igualmente saudável para o indivíduo ou para a sociedade. Há várias formas de classificar o humor. Creio que a divisão mais importante é entre o que ridiculariza o outro, expondo características pessoais e o que fala de si, dos próprios erros e limitações. Esse último, torna comum as dificuldades que todos enfrentamos e, assim, faz das "grandes tragédias" algo mais natural e enriquecedor na medida que dá aquele “sabor” que torna cada um de nós únicos.


Na última cerimônia de premiação do Óscar tivemos um exemplo do primeiro tipo de humor. Podemos concordar ou não com a reação de Will Smith, mas não me parece que há dúvidas de que os comentários em relação à sua esposa foram de mal gosto, agressivos e desnecessários. Desculpas como — “era só uma brincadeira” — são justificativas para comportamentos antissociais. Desculpas que perversos de plantão usam para humilhar os outros e talvez para esconder suas próprias inadequações.


O segundo tipo de humor é aquele saudável, capaz de humanizar nossos erros e torná-los parte de quem somos no dia a dia. Ao invés de nos sentirmos humilhados, integramos os erros e dificuldade ao ser humano que somos, transformando alguma característica naquilo que nos torna únicos e interessantes.


Nos circos de picadeiro (acho que é coisa de antigamente), o palhaço era personagem essencial. O palhaço é aquele que erra e que traz a dimensão dos outros personagens à estatura humana. Nos hospitais são comuns a utilização do palhaço e do humor para trazer o medo e dor a um lugar onde podemos enfrentá-los de frente.


No nosso dia a dia precisamos mais desse tipo de humor. Cultiva-lo na nossa vida nos torna mais fortes e seguros de quem somos.


Daniel Holzhacker Psicólogo (CRP 06/127614) www.holzpsicologia.com.br

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