O ressentimento nasce da sensação de uma injustiça cometida por alguém percebido como mais poderoso ou alguém que está a salvo de qualquer coisa que possamos fazer. Pode ser um chefe, uma organização, um país ou povo, um ex-parceiro romântico entre outros.
Ao se perceber impotente, o individuo direciona a raiva e mágoa para si. Ao fazer isso, começa um processo de ruminação desses sentimentos e fantasias de vingança. Sentimentos estes que podem persistir por muitos anos, as vezes até gerações. Para Nietzsche, no imaginário e fantasia do ressentido, o forte torna-se fraco e imoral e o fraco (o próprio individuo) torna-se forte e moralmente superior.
Com o tempo e agravamento dessas emoções negativas, há desgaste da capacidade de viver e de saborear as boas coisas da vida. Fecha-se os novos relacionamentos e experiências e agrava-se o desgaste físico. Raiva e mágoa são emoções muito cansativas, em especial quando ecoam eternamente dentro de nós.
O perdão legítimo é como paramos o ressentimento. Perdoar não costuma ser fácil, pois exige um "olhar para dentro" ponderando as próprias escolhas e responsabilidades. Mesmo assim, é um bom começo de um longo caminho.
Vale ressaltar que perdoar não é esquecer. Perdoar é evitar a reverberação dentro do peito do que já se foi e se libertar de qualquer tipo de ressentimento e consequências dessa escolha.
Daniel Holzhacker
Psicólogo (CRP 06/127614)
www.holzpsicologia.com.br
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