top of page

Crise: Vamos fazer algo a respeito?


A crise pode trazer grandes problemas, mas também pode nos incentivar a finalmente fazer alguma coisa sobre os problemas e não somente ficar reclamando ou dando conselhos a respeito.


A crise, seja ela pessoal (como uma separação ou abandono) ou profissional (como uma demissão ou promoção para uma função para a qual não se está preparado), tem consequências imediatas que são geralmente desagradáveis e dolorosas, e se ficamos só na posição de vítima são somente essas consequências dolorosas que vamos sentir.


No entanto, a crise também pode nos levar a fazer alguma coisa a respeito, pois quando “o chão some sob os nossos pés” temos menos incentivos em ficar parado e, dessa forma, de “fugir do nosso destino”.


Não são apenas aqueles que trabalham com desenvolvimento pessoal e profissional, como psicólogos e coaches que recomendam o caminho da mudança e da ação, especialmente em momentos de crise. A História de Jonas, da Bíblia, mostra bem o que pode resultar da fuga do próprio destino, ou da fuga de se tomar uma atitude e escolher uma ação - essa vitimização e fuga de uma ação que se percebe necessária não é chamada de “Complexo de Jonas” à toa.


Nem sempre é preciso uma técnica ou um caminho estabelecido para isso, mas as vezes isso ajuda. A Abordagem Integrativa Transpessoal (AIT) sugere sete passos para o mudar de um estado ou uma situação para outro nível ou estágio, ou seja, sete passos que incluem percepção, planejamento e ação quando da mudança de uma situação.

Algumas frases e desculpas são características de quem quer fugir da ação, e a mais comum é a que clama pela ação, mas de maneira completamente não específica. Algo como “alguém precisa fazer alguma coisa a respeito” e suas variantes.


Quando se ouve a palavra “alguém”, é mais honesto traduzir por “ninguém”, pois não existe uma definição e individualização necessária para definir o sujeito da ação. Quando se ouve “alguma coisa”, é mais honesto traduzir por “nada”, pois igualmente falta definição e individualização necessária para a ação. Podemos então traduzir “alguém precisa fazer alguma coisa a respeito” por “ninguém precisa fazer nada a respeito” – o que seria mais honesto, mas menos politicamente correto de ser dito.


Fazer alguma coisa e sair da vitimização e do sofrimento que a vitimização cria implica em definir que sou eu mesmo, o próprio que diz a frase, que precisa fazer exatamente alguma coisa, em determinado tempo e usando determinados recursos (que preferencialmente não dependam de mais ninguém), e depois partir para a ação, aceitando as consequências que qualquer decisão e ação implica.


Quando se tem essa atitude em relação à crise, não apenas saímos de uma situação para outra, mas aprendemos que não estamos à mercê de nenhuma outra pessoa ou governo ou situação de vida, e que temos grande capacidade de tomar as rédeas ne nossas vidas. Essa é provavelmente o maior aprendizado que temos quando agimos na crise – a de que somos capazes.


Daniel Holzhacker

Psicólogo (crp 06/127614)

www.holzpsicologia.com.br

Commentaires


bottom of page