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O aumento da ansiedade, e da síndrome do pânico, tem sido cada vez maior, especialmente nas grandes cidades. A crise econômica e social, o medo do desemprego, da violência e a insegurança em relação ao lugar de cada um de nós potencializa a ansiedade já natural de se viver em nossa sociedade.

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Nossos hábitos de vida modernos nos levam a privilegiar o futuro, o planejamento e a preocupação com o que virá, com o que pode eventualmente acontecer. São hábitos que se mantidos sob controle podem ser saudáveis e benéficos, mas que se fogem do controle podem nos levar a “ficar presos no futuro” e “perder contato com o aqui e agora”, o que leva à um nível demasiado elevado de ansiedade, causando sofrimento.

 

Em alguns casos essa ansiedade desemboca em uma série de crises a que chamamos “crises de pânico”, ou “síndrome do pânico”. Em uma crise de pânico sentimos um medo intenso de que algo ruim e indefinido está para acontecer. Frequentemente sentimos o coração bater muito forte (taquicardia), suamos muito (sudorese) e muitos pensam que estão tendo um ataque cardíaco e pensamento repetitivo e compulsivo de que vão morrer. Dificuldade em respirar normalmente, chegando ao desmaio acontecem, e também não é incomum a sensação de estar “fora da realidade”.

Do ponto de vista neurológico a crise de pânico é a superestimulação de algumas partes mais primitivas do cérebro, e a ocorrência de traumas potencializa a ocorrência dessas crises.

 

Medicamentos ajudam especialmente nos momentos críticos e podem ser importantes no curto prazo, mas se nada for feito para lidar com os motivos que levaram ao aumento da ansiedade nem com o desenvolvimento de formas de lidar com a ansiedade (mecanismos de coping), os remédios acabam por ser um paliativo pouco efetivo no longo prazo.

A perda de contato consigo mesmo e o abandono das próprias necessidades intrínsecas em prol das necessidades “vendidas” pela sociedade e o abandono de si mesmo, muitas vezes chegando ao ponto em que o indivíduo tem grande dificuldade em sentir o próprio corpo, é parte desse quadro, e a mudança desses hábitos mentais são também parte importante do caminho para combater a ansiedade e os ataques de pânico.

 

 

Resgatar esse contato consigo mesmo é um caminho importante na cura da síndrome do pânico e na redução da ansiedade que viver sem contato consigo mesmo gera. É nesse momento que a psicoterapia pode ser de grande ajuda, facilitando o encontro do indivíduo consigo mesmo.

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