top of page

Sofrimento por antecipação



Usualmente planejar nos traz uma certa serenidade, uma vez que antecipa soluções para possíveis sobressaltos e dificuldades ao longo de nosso caminho. Porém, as vezes, perdemos a dose. Exageramos em nossas preocupações, dando foco em demasiado a coisas que provavelmente não acontecerão, ou que, caso aconteçam, estarão fora de nosso controle. A atenção é tamanha que nos cega em relação a outras coisas muito mais palpáveis, próximas, benéficas e merecedoras da nossa atenção.


Sofrimento por antecipação é sofrer em dobro. Primeiro por nos “pré ocupar”. Por fantasiar o pior. Depois, caso aconteça, por ter que lidar com o problema de fato.


Se ocupar de algo que talvez aconteça só é efetivo se se tratar de algo a qual temos controle. Um exemplo: se temos um compromisso importante com hora marcada em plena horário do rush, planejar sair mais cedo é efetivo. Previne o estresse da possibilidade do atraso com o aumento imprevisto do congestionamento.


Por outro lado, pouco efetivo e muito desgastante se preocupar daquilo que não temos controle. Haverá conflito nuclear na Ucrânia? O Brasil irá para o final da copa? Quem será o próximo presidente dos EUA? São questões que não valem despender energia, salvo aos estudiosos da área. Colocar demasiada atenção em temas assim tira atenção da nossa evolução diária e das nossas responsabilidades conosco e com os outros.


Pode parecer exagerado, mas vejo muitas pessoas adoecendo, ansiosas por coisas das quais não tem controle e que podem jamais acontecer. Sinceramente, não vale a saúde que consome.

Daniel Holzhacker

Psicólogo (CRP 06/127614)

www.holzpsicologia.com.br

Comentários


bottom of page