A capacidade de perdoar aos outros e a si é uma das características mais importantes de alguém com boa saúde mental e espiritual.
Assim como o casco descuidado de um barco que acumula cracas, conchas, moluscos e tantas outras coisas que dificultam a navegação, também tendemos a colecionar situações e emoções inacabadas que, com o tempo, dificultam a vida. Navegar, sem resolver essas questões, é carregar um peso extra e dificultador abaixo da superfície da água.
A linha da Gestalt Terapia da psicologia chama isso de “Gestalt em aberto”. São situações, relacionamentos ou emoções não resolvidas (pelo menos para nós) e que atrapalha novos relacionamentos, a sensação de prazer e o crescimento pessoal.
O perdão é uma das maneiras (a mais importante) de se concluir o que está em aberto. Quando perdoamos damos um enorme passo no sentido de limpar e facilitar a navegação da nossa vida em direção a um futuro melhor, mais feliz, com mais realizações e crescimento pessoal.
Um exemplo da importância do perdão está na cura da criança ferida. Quando se perdoar os pais por uma infância difícil é possível curar as feridas da infância e, assim, continuar a crescer e evoluir.
Outro exemplo está no perdão por uma traição. Perdoar o companheiro ou companheira é um passo significativo para reconstrução de uma vida amorosa saudável.
E não basta ser capaz de perdoar apenas os outros. O autoperdão é essencial para assumir e aceitar a nossa responsabilidade em relação às situações. Temos de ser capazes também de perdoar a nós mesmos pelas escolhas, erros e “pisadas na bola” do passado, o que significa assumir e aceitar as consequências, inclusive, e principalmente, o aprendizado e desenvolvimento oportunizado pelo erro cometido.
Ser capaz de perdoar a si é necessário para navegar pela vida. Pois, como disse Martin Luther King: “O perdão é um catalisador que cria a ambiência necessária para uma nova partida, para um reinício”.
Daniel Holzhacker
Psicólogo (CRP 06/127614)
www.holzpsicologia.com.br
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