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Não escolher também é uma escolha




Não é apenas na política que tem sido comum a recusa por escolher. A dificuldade em se tomar decisões e assumir a responsabilidade que acompanha toda escolha é grande, entretanto a própria esquiva é uma decisão com graves consequências. E mais, vale lembrar que escolha e responsabilidade são características humanas e não há como evitá-las.


Escolher não votar, por exemplo, não exime o individuo das consequências do resultado. Ao contrário disso, o marca como alguém que coloca a cabeça em um buraco na areia e tenta repassar a responsabilidade aos outros. Esta é uma posição de profunda inautenticidade para com a própria humanidade. Esse tipo de escolha (a falta dela) traz consequências tanto para a sociedade, que se torna menos plural, quanto para o indivíduo, que nega parte do que o faz humano.


Quando evitamos a escolha e responsabilidade própria do ser humano em uma dimensão, neste caso a política, também atingimos outras dimensões de nossas vidas. As esquivas em excesso se acumulam e nos fazem deparar com uma grande questão: "Na ausência das desculpas que damos a nós mesmos para fugir da responsabilidade por nossas vidas, quem somos nós?"


Assim, nessas próximas eleições, e em todas as futuras, vote. Assuma a sua parte, escolha o candidato que melhor representa seus valores legítimos e, não aceite de si a resposta fácil de que nenhum deles o representa.


Não dê voz a sua criança interior que se irrita com todos os candidatos. Assuma seu poder de adulto, conheça suas opções, histórias e propostas. Procure pelo mais capaz de desempenhar as importantes funções que serão delegadas a ele e deposite seu aval. Agora, não escolher é uma escolha com consequências nefastas que desumaniza quem a toma e diminui os outros que a fizeram.


Daniel Holzhacker

Psicólogo (CRP 06/127614)

www.holzpsicologia.com.br

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