O envelhecimento da população brasileira apresenta grandes desafios em várias dimensões como preparar o sistema de saúde, estruturar cidades mais adaptadas aos idosos, sistemas de aposentadoria pública e privada mais adequada e outros. No entanto pouco se fala da dimensão psicológica e existencial do envelhecimento.
Segundo o IPEA, no final desse século mais de 40% da população brasileira será de idosos, por isso é importante que profissionais de saúde mental e de políticas públicas se preparem para o desafio de lidar com as mudanças que ocorrem principalmente depois dos 65 anos. Essas mudanças podem ser traumáticas ou tranquilas, dependendo não só de realidades socioeconômicas, mas também de uma questão existencial importante, especialmente em um mundo que nos define pela nossa profissão.
Na ausência da minha profissão ou atividade profissional, quem sou EU?
Se você tem dificuldade em responder a essa questão sugiro considerá-la, mesmo que ainda esteja longe dos 65 anos e não pense em se aposentar tão cedo. Se você sabe quem é para além da sua profissão, são boas as chances de que conseguirá levar melhor eventuais dificuldades que a vida venha a apresentar, independentemente da sua idade.
Aqueles que dependem demais de suas profissões ou atividade profissional para saberem quem são correm um grande risco de crises fortes de ansiedade e depressão quando perdem essa parte da sua identidade (por exemplo na aposentadoria) e a sociedade brasileira, que está envelhecendo, deve dar atenção à essa questão existencial.
Daniel Holzhacker
Psicólogo (CRP 06/127614)
www.holzpsicologia.com.br
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