Agora que vemos os números da pandemia de COVID-19 melhorarem, percebemos que também é necessário tratar das consequências para a saúde mental em decorrência a esse período. O aumento de casos de crises de ansiedade e pânico e do consumo de medicamentos psiquiátricos são importantes sinais de alerta de depressão e ansiedade entre adolescentes e adultos jovens.
Embora as causas precisem ser mais bem estudadas, é possível formular conjecturas em relação aos motivos e combinação de fatores que refletem no aumento de casos de depressão e ansiedade. Isolamento físico e aumento do de atividades online sem dúvida foi um dos principais motivos. Embora, tais medidas tenham sido importantes e necessárias, não se exclue o custo destas para a saúde mental. Afinal, o processo de socialização, essencial nesta faixa etária, foi significativamente dificultado.
Além do isolamento, a crise econômica e as dificuldades que muitas famílias enfrentam devem consideradas. Além disso, também deve-se considerar o clima de medo e tensão criado pela atual conjuntura política e eleitoral. O medo traz consequências como aumento da agressividade, estresse e depressão. Viver em um ambiente de receio e ameaça são elementos de agravo à saúde mental.
Soma-se tudo a uma geração que tem grande dificuldade em aceitar o sofrimento, que rapidamente busca apoio no uso e abuso de drogas lícitas (medicamentos psiquiátricos) e ilícitas, e temos a situação atual. Não há nada de errado no uso de medicamentos psiquiátricos, mas é como pedir dinheiro emprestado ao banco: em algum momento precisa ser pago (no caso das drogas, retiradas) e há juros.
Daniel Holzhacker
Psicólogo (CRP 06/127614)
www.holzpsicologia.com.br
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