Devemos separar os aspectos psicológicos da pandemia de COVID-19 em dois grupos. O primeiro relacionado aos efeitos da doença em si e o segundo relacionado aos os efeitos cumulativos decorrentes ao momento.
Entre os efeitos da doença (primeiro grupo), temos a baixa oxigenação, devido ao comprometimento das vias respiratórias e pulmões, e baixa qualidade de sono. Além do caráter sistêmico do COVID-19 com a queda de imunidade que acompanha a infecção.
Todos esses fatores contribuem para um cansaço generalizado e sintomas de depressão leve. Se esse é o seu caso, saiba que a depressão tende a desaparecer junto com os outros sintomas. É a maneira que do corpo encontra de comunicar que você precisa pegar leve durante alguns dias para dar tempo para que ele se recupere.
Já o segundo grupo de aspectos psicológicos relacionados à pandemia é a tensão constante a que somos submetidos. Não apenas ao medo de ficarmos doentes, como também ansiedade em relação às dificuldades econômicas e sociais que se agravaram ao longo do período.
E, mesmo que tenhamos consciência dos efeitos cumulativos do medo e ansiedades e voltemos a viver de maneira muito parecida com que tínhamos, ainda assim, o ambiente é tenso e sem escapatória. O que nos torna mais vulneráveis a ansiedade e depressão e que explica o aumento de ambas as condições nos últimos meses.
Por mais que esses sejam sentimentos sentidos individualmente, os fatores que facilitaram o despertar da ansiedade e depressão tem origem na esfera social. Saber disso ajuda na medida que podemos decidir nos afastar dos geradores de ansiedade em prol da nossa saúde mental.
Daniel Holzhacker
Psicólogo (CRP 06/127614)
www.holzpsicologia.com.br
コメント