Nós desenvolvemos e crescemos durante toda a vida, não apenas na infância. Entre 45 e 50 anos, são comuns crises de angústia e ansiedade. São naturais, esperadas e saudáveis nas transições para novas fases da vida. No entanto, essas crises podem vir demasiadamente doloridas e acabar por levar ao abuso de álcool, drogas (inclusive com prescrição médica) ou comportamentos compulsivos e autodestrutivos.
Fisicamente há grandes mudanças com a menopausa e, em menor grau, sua contraparte masculina, a andropausa. Na vida social e familiar os filhos já se encontram adultos. Já se espera na meia idade certo grau de estabilidade profissional. É o momento do encontro inevitável e muitas vezes terrível com quem se é na ausência da necessidade urgente de sustentar filhos e construir patrimônio.
O impacto do encontro consigo é um momento difícil. Nessa fase há um significativo aumento no número de divórcios, mudanças de carreira ou outras grandes mudanças de rumo. Para alguns, a tentativa desesperada de adiar esse auto encontro se reflete em um comportamento exagerado e inautêntico, em busca da juventude perdida. Saída insustentável que prolonga e intensifica a inevitável crise.
A forma mais saudável de enfrentar esse momento é encarar a experiência de frente, com honestidade e compaixão para consigo. Lembrar que as decisões tomadas no passado tiveram, naquele momento, seus porquês.
Toda mudança é bem-vinda. Mas mudanças saudáveis devem ser planejadas e preparadas, fazendo uso de todos os recursos, maturidade e autoconhecimento adquiridos. Só assim é possível, não só chegar mais longe, como também tornar o quem vem a seguir muito mais duradouro e proveitoso.
Aos 50 não temos mais tempo para ser demasiado rápidos. Faça certo e de uma vez só. Profissionais como psicólogos podem ser de grande ajuda, não para dar uma resposta, mas para facilitar um espaço mental para que cada um cheguem às suas próprias conclusões.
Daniel Holzhacker
Psicólogo (CRP 06/127614)
www.holzpsicologia.com.br
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