Saber distinguir entre o bem e o mal é uma das grandes tarefas na adolescência, e tenho a impressão que a geração atualmente nessa fase está fazendo um trabalho muito bem feito e provavelmente mais amplo e profundo que as gerações que as antecederam. Por um lado, estão saindo da infância, onde a noção de bem e mal é fornecida pelos pais, e por outro ainda não são adultos – é uma repleta de incertezas sobre o que é o bem e quem é bom, e sobre o mal e quem é mau.
Recentemente me apontaram como alguns personagens ficcionais que costumavam há 10 ou 15 anos atrás ser sempre maus, como vampiros e lobisomens, hoje podem ser ambos, e sua classificação entre defensores do bem ou do mal dependem das suas ações, independentemente da sua natureza.
Os adolescentes hoje entendem que são boas ações e atitudes que fazem uma pessoa boa, e que más ações fazem uma pessoa má – independentemente de qualquer outra coisa.
Os livros da série “Crepúsculo” são um exemplo de como os adolescentes hoje entendem o bem e o mal, e me enche de otimismo assistir a essa construção ética onde são as ações e atitudes de cada um que a define, independentemente de onde veio.
Espero que esse tipo de entendimento do mundo continue e influencie não apenas as gerações que estão por vir, mas também aquelas que já passaram pela adolescência há algum tempo.
Daniel Holzhacker
Psicólogo (CRP 06/127614)
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