A angústia é aquela sensação de que “algo indefinido” está profundamente errado, e esse algo nos arrebenta, nos corta em pedacinhos. Parte de nós anseia por esse um estado inatingível, que se pode chamar de perfeição, divino, paraíso, Cristo, Buda ou outro nome qualquer que, por melhor que seja dificilmente conseguirá definir exatamente pelo que ansiamos. A outra parte de nós sabe que é impossível atingir esse “estado”, pois é de nossa natureza a imperfeição e a morte.
O sofrimento vem devido à auto cobrança de que precisamos atingir esse estado. Querer se melhorar, evoluir e se desenvolver é bom, mas precisar fazer isso para não sofrer não é bom, pois leva ao sofrimento e a angústia.
Uma das melhores maneiras que conheço para pelo menos reduzir a angústia que vem desse “precisar de algo inatingível”, ou apego a algo inatingível, é o humor, especialmente o humor em relação a si mesmo. Se rir é um bom remédio, rir de si mesmo é o melhor remédio.
Ao rir de nos mesmos aprendemos a não nos cobrar tanto e a abrir mão do apego e da necessidade de atingir o inatingível, facilitando com que voltemos a olhar para nós mesmos e para o nosso mundo com o olhar de uma criança descobrindo o mundo e suas maravilhas, entre elas o enorme prazer de sermos quem somos.
Daniel Holzhacker
Psicólogo (crp 06/127614)
www.holzpsicologia.com.br