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Vitimização e como construir o próprio inferno



A vitimização, que é o hábito de colocar a responsabilidade pela própria vida e decisões em outros, é o caminho mais curto para se construir o próprio inferno e desperdiçar a própria vida. Por outro lado, ao assumir responsabilidade por si mesmo e descobrir a alegria da gratidão aos outros, e a Deus, começamos a construção do próprio paraíso.


Há poucos dias li uma notícia sobre um sujeito que, revoltado por não ter seus pedidos a Deus atendidos mesmo depois de muitas preces, atacou uma igreja quebrando suas portas a pedradas. O absurdo da situação à primeira vista (e à segunda vista também), não esconde a tendência não apenas desse sujeito, mas de muitos outros, de terceirizar a responsabilidade pela própria vida, frequentemente terceirizando a responsabilidade e culpa por tudo que acontece ou não acontece a Deus, ao universo, às energias cósmicas ou a qualquer outro que não seja si mesmo.


Muitos culpam seus parceiros, esposas ou maridos, pais ou filhos, amigos e mesmo Deus pela falta de suporte e ajuda nas dificuldades que encontram em suas vidas sem perceber que são elas mesmas a origem dessas dificuldades, e que se assumissem a responsabilidade por si mesmos e descobrissem a alegria que é sentir gratidão não apenas escapariam do próprio inferno que criaram para si mesmos como construiriam o próprio paraíso. Creio que é por isso que a maioria das rezas em todas as religiões falam de gratidão.


Ao longo da história apareceram muitas tradições e sistemas que buscaram facilitar a construção do próprio paraíso. Muitas filosofias, religiões e estilos de vida tiveram e tem nisso um dos seus principais pilares. No entanto, o mundo moderno com sua racionalidade, foco na eficiência e velocidade de transformação dificultam e limitam sistemas criados em outras eras.

Uma das opções do mundo moderno, que utiliza a lógica e racionalidade moderna e contemporânea, é a psicoterapia. Em acordo com o espírito moderno, o psicoterapeuta não trata do inferno ou do paraíso, mas do sofrimento, doença mental e da importância da construção da autonomia individual e de uma base saudável para a saúde mental.


O psicólogo e psicoterapeuta não compete com tradições e religiões tradicionais, pois opera em outra esfera e outra lógica – a da ciência. No entanto a psicoterapia se aproxima das tradições e sistemas religiosos tradicionais no objetivo de promover a saúde, a autonomia e o crescimento pessoal.

Daniel Holzhacker

Psicólogo (crp 06/127614)

www.holzpsicologia.com.br

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